Alésia, a fortaleza

No caminho a cada vez mais curto
da estrada que às vezes me é tão longa,
eis que me amparo em cercas de beleza,
sem ver que suas flores são de urtigas.
na praia está meu barco... está surto
bem no fundo do mar que se alonga
até a verde praia irlandesa
onde ouço sussurros e cantigas;
... e eu sigo, caminhando, sem vislumbre
do céu azul de brancas nuvens lindas...
ando apoiado num cajado mosco
a ajudar-me o caminhar, sofrido...
Busco a luz... busco o amor que me deslumbre
por entre as fontes de ternura infindas,
onde me possa assentar em banco tosco
a descansar... mas já ouço o bramido
do mar feroz... depois... rumo à Falésia
Que domina altaneira o oceano,
O mar brilhante, vivo, de esmeralda,
Recebo um novo alento... e à toda brida
Começo a andar, e a imponente Alésia
Alcanço enfim, num esforço sobre-humano;
O mar em branca espuma ali se espalda,
E junto a água do mar me vem a vida.

(Rosa Magaly Guimarães Lucas)

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